Recordo-me, com
saudade,
Embora o tempo
já vá longe,
De nos
sentarmos sorridentes,
No Jardim do
rapaz de bronze.
E de ele, com o
olhar fixo em nós,
À sua frente, ver-nos de mão
dada,
Na luz fulgente, da noite estrelada,
Quando éramos
francos nas palavras,
E nos gestos
comedidos.
Mesmo perante o
fogo da paixão,
Que ateava o
impulso dos sentidos,
Ao ritmo do bater do nosso
coração.
Eram tempos da
mocidade florida,
Que nem as
sombras esvoaçando,
Embaraçam o
rubor das cantigas,
Dos namorados
ao luar trovando...
E por cima de nós,
atentas e serenas,
Observando a
nudez das nossas almas,
Crepitavam as estrelas, lá longe,
Ao compasso do
nosso beijo apaixonado,
Diante do rapaz
de bronze.
Que nos
observava, com ciúme
desmesurado,
Tentando
compreender a nudez
Do nosso enlevo, nessa noite
quente de Verão,
Quando a paixão
sufocava as palavras:
Amo-te, amor do
meu coração,
E a nossa
inocência se quebrou,
Diante do rapaz
de bronze,
Que ofegante
nos acenou,
Quando nos despedimos
dele,
Depois de ter
presenciado, com emoção,
O nosso
primeiro beijo, delicado,
Nessa noite cálida
de Verão.
Publicado no livro: "O Acordar das Emoções" - Tartaruga Editora.