domingo, 11 de dezembro de 2016

O Natal




              O Natal


Oh!, quem me dera, Senhor,
Ter outra vez o Natal da minha mãe.
Quando ela me falava, com amor,
Dos encantos e mistérios que ele tem.

Oh!, quem me dera, Senhor,
Ter outra vez o Natal que a memória tem.
Quando em família cantávamos com fervor,
Canções ao Deus Menino e a Maria, Sua mãe.

Oh!, quem me dera, Senhor,
Que o Natal fosse outra vez assim,
Como quando eu era menino.
E junto à lareira, lembro-me bem,
Aconchegados que era um regalo,
Cantávamos canções de Natal.
E à meia-noite íamos à missa do Galo,
E beijávamos o Jesus Menino,
Como se Ele fosse tão verdadeiro,
Como era aquele que os anjos
Anunciaram aos pastorinhos, em Belém,
Como me dizia a minha mãe!

Oh!, como seria bom, Senhor,
Se neste Natal que se aproxima,
Não houvesse irmãos meus,
A dormirem no Caís, junto ao rio,
Sozinhos, à fome e ao frio,
E tantas crianças, mundo além,
Que chamam pelo pai,
Que chamam pela mãe,
E não lhes aparece ninguém,
Para lhes dar um beijo paternal,
Na noite mística de Natal,
Símbolo do nascimento de Jesus em Belém.


   In Livro: " O Acordar das Emoções" - Tartaruga Editora







quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

UM PEDIDO AO NOVO ANO DE 2017



UM PEDIDO AO NOVO ANO DE 2017


Ano Novo, meu amigo,
Não passes depressa,
Que me levas contigo.
E dá-me o que te peço,
A mim e a toda a gente:
Saúde, paz, amor e alegria.
Honestidade e inteligência,
E o pão nosso de cada dia.

E traz-nos o calor do sol,
O cintilar das estrelas,
A bênção da chuva,
O murmúrio das fontes,
O trino do rouxinol,
E o cheiro dos montes.

E fazei, também,
Com que os frutos da terra,
E os peixes do mar,
Sejam divididos,
Com justiça e equidade,
Por toda a Gente da Cidade.
Sem ter em conta a sua cor,
O sexo, o credo, ou a idade.

E, finalmente,
Protegei todas as crianças,
E livrai-nos da fome,
Da peste e da guerra.
Para que haja Paz, Pão e Esperança,
Nas casas de toda a gente,
Que habita a nossa Terra.
 

             João de Deus Rodrigues

domingo, 4 de dezembro de 2016

Não gosto do Pai Natal... (um quase poema)





Não gosto do pai natal,
Ponto final.

Mas não gosto do pai natal,
Por ele ser um cavalheiro barrigudo,
Com barbas brancas e um saco encarnado ao ombro,
Onde finge que leva brinquedos para dar às crianças,
Com aquele ar bonacheirão e o seu:
Hou!…, hou!…, hou!…
Quando vem no trenó, puxado por renas mansas,
A escorregar na neve até parar em frente
De um supermercado, apinhado de gente,
Com uma campainha na mão.
A acenar para crianças inocentes,
Com um olho nos pais, babados e contentes,
Convidando-os a entrar para comprarem uma pistola
Ao rebento, com ar de mariola, ou um carro de combate,
Que trepa pelas paredes, aos tiros, e não há quem o mate…

Não. Não é por isso que eu não gosto do pai natal.
É sim, porque vejo nele o produto acabado
De uma sociedade consumista, tal qual.
Que foi capaz de fazer esquecer o Presépio,
E o espírito, místico, do Natal.
Com o Menino Jesus deitado na palhinha,
No meio de Maria e José, junto da vaca e da burrinha,
Para nos provar que Nasceu para nos salvar.

Mas esse testemunho, transcendente e celestial,
Deixou de figurar nas montras iluminadas da cidade.
Onde outrora, velhos, novos e crianças, de qualquer idade,
Paravam para ver o Deus Menino que veio ao Mundo,
Para nos anunciar o Amor a Paz e a Felicidade.
E que agora anda tão esquecido, por culpa da igreja,
Que deixou cair o Presépio, e isso não é coisa que se veja…
Por isso, espero um dia não entrar numa igreja paroquial,
E ver no Presépio o Menino Jesus deitado, vestido de Pai Natal!...
Quem sabe se sozinho e triste, a pensar:
Ó minha Gente Amada, olhai para Mim!
E não Me deixeis aqui ficar, assim vestido,
Porque se não ainda Começo a chorar…

(Poema a incluir no meu novo livro de poesia, a publicar brevemente)  
João de Deus Rodrigues