quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Pão por Deus




       
Eram duas as crianças,
Como foram os filhos meus.
Bateram à minha porta,
Pediram o pão por Deus.

Traziam consigo outro pão,
Ao contrário de outros tantos.
E alimentavam uma chama,
No dia de Todos os Santos.

Numa época de descrença,
Neste mundo de aflitos,
É dos gestos das crianças,
Que brotam feitos bonitos.

Porque é sempre nas crianças,
Como foram os filhos meus,
Que habitam as esperanças,
Que haja sempre o pão de Deus.


  In Livro "Passagens e Afectos" - Tartaruga Editora