quarta-feira, 20 de março de 2019

DIA 21 DE MARÇO

UM VIVA À POESIA



                                                         “Eu acredito na força do sentimento poético”
                                                                                      (Matilde Rosa Araújo)


Escrever Poesia...


Então, pego numa folha de papel,
E começo a escrever Poesia,
Absorto nos pensamentos,
Alheado da fantasia.

Escrevo uma página inteira.
Depois, escrevo outra, e outra...
Tantas páginas a escrever!
Como se o mundo não existisse,
Nem eu fizesse parte dele.

Acordo já noite avançada,
E então leio e medito:
Que Poesia posso eu escrever,
Que palavras posso eu dizer,
Que outros não tenham dito?

Sim, que posso eu poetar,
Que os Poetas não tenham escrito?
Que posso eu, pobre coitado,
Emprestar à Poesia,
Que os Poetas não tenham cantado:
A Mãe e o Amor; as Estrelas e o Mar;
A Família e os Amigos; a Lua e o luar;
A Guerra e a Paz; os Mártires e os Heróis;
A Sorte e o Azar; a Vida e a Morte;
O Céu e a Natureza; a Vileza e a Palavra honrada;
A Morte e a Dignidade; o Amante e a Amada;
O Velho e a Criança; a Fé e a Esperança;
O Pecado e a Justiça; a Diligência e a Preguiça...

Enfim,
Já tudo foi escrito e dito,
Cantado e poetado,
Sem ser por mim,
Nem se gastarem as palavras.

Então que posso eu dar à Poesia,
Que outros não lhe tenham dado?

Mas depois pensei assim:
Ah!, já sei, 
Dou-lhe o meu coração.
Porque esse, ninguém lho pode dar por mim!

               Livro “ O Acordar das Emoções” - Tartaruga               
DIA 21 DE MARÇO - DIA MUNDIAL DA POESIA.

POIS QUE VIVAM OS POETAS E A POESIA.


POEMA:




O poeta nasce poema,
E com ele um mundo novo.
Será sempre um pensador,
Que canta para abraçar o povo.

Nascem os poetas nus,
Com o destino traçado.
E porque são fingidores,
Tornam suaves as dores,
Fazem loas ao seu fado.

Não nasci poema,
Nem faço loas ao meu fado,
E muito menos sou fingidor.
Mas peço desculpa aos poetas,
Se lhe causo alguma dor…

In Livro "O Clamor dos Campos" - Edições Colibri.

 




terça-feira, 19 de março de 2019

19 DE MARÇO - DIA DO PAI


AO MEU PAI
(poema alterado)
Dezanove de Março, dia do Pai.
Falar do meu, que já partiu,
É um embaraço, um dilema.
Mas em sua memória aqui vai,
Este sentido e simples poema.


Pai, eu sou o resultado
De um acto de amor,
Que aconteceu.
E do qual resultou,
Ter nascido eu.


Nunca te dei nada, querido pai,
Excepto cuidados e alegrias.
Mas trago-te no meu coração,
As horas todas, de todos os dias,
Que já passaram, e dos que virão.


De ti guardo úteis conselhos,
Que me guiaram toda a vida:
Um homem, para ser homem a valer,
Deve andar de cara descobert;
Cumprir a palavra dada;
Pagar o prometido na hora certa;
Não roubar nada a ninguém;
Não dar o passo maior que a perna;
E exigir para si, como faz a outrem.


Garanto-te, também,
Que se assim proceder,
Tudo lhe vai correr bem,
E nada de mal lhe vai acontecer.


Obrigado, meu querido pai,
Porque para mim o teu dia
É, e será sempre,
O dia de uma outra mãe.
O dia de uma outra mãe,
Sem útero nem placenta.
Mas que aos filhos quer bem,
E com amor os alimenta.
João de Deus Rodrigues

In Livro “O clamor dos campos” – Edições Colibri