Queria tanto falar do Natal,
Mas não sei o que
dizer.
Ao pensar nesta coisa
surreal,
Que está
acontecer.
Por isso, não sei
como iniciar um diálogo
Que fale do espírito
natalício;
Da Manjedoura e de
Belém;
De S. José e da
Virgem Mãe;
Das criaturas que fazem
o Bem;
Deste mundo onde
há tanta criança
Com fome, e o
coração cheio de esperança...
E era disto que eu
queria falar,
Mas não consigo!
Nem sequer sou
capaz de desejar,
A todos as
criaturas da Terra,
Um Natal pleno de Amor
e Paz.
Porque o
pensamento não deixa,
E por isso não sou
capaz.
E então prevejo um
Natal sem história,
No qual não me
revejo,
Nem quero guardar
na memória!
Um Natal de loucos!
Onde as aves “diriam”
que os homens
De tudo são capaz.
Que andam aos
tiros uns aos outros,
E nem a elas
deixam em paz!
E por isso penso:
Então que Natal é
este, home,
Se os anafados se
riem,
E os pobres choram
com fome?
Sim. Que Natal é
este, meu amigo,
Se não há equidade
nem Amor,
Nem pão para
repartir contigo,
Como nos ensina o
Senhor!?
Por isso, a chama
morre no peito,
Dos pobres sem-abrigo.
E dos que querem
trabalhar,
E, envergonhados, definham
no seu lar!
Onde a lareira não
tem chama,
Nem a panela que
comer.
E os humildes vão
para a cama,
Junto ao rio, lá
no cais,
Onde não há amor
nem chama,
Nem sinal de bons
Natais!
Sim, meu irmão,
Então que Bom
Natal te posso desejar,
De consciência
limpa e nua,
Se te mandam
emigrar,
Para uma nação que
não é tua.
Enquanto se
banqueteiam, lautamente,
Em repastos com a
sua gente,
E os amigos da “ Trama Freudiana”,
Que te obrigam a
trabalhar mais, e receberes menos grana...
Sim, meu amigo,
Com tudo isso a
perturbar o meu espírito de Natal,
Como posso estar
de bem comigo,
Sem me revoltar
contra o mal,
E aqueles que nos dizem
que se é pobre por opção,
E se é rico por
ambição?
Os mesmos que tiram
direitos aos necessitados,
E distribuem
benesses pelos afortunados!
Que se dizem servidores
do povo,
E lhe retiram o
que lhe pertenceu, e é seu!...
E pior ainda, fazem
isso com ar de “inocentes”,
Enquanto esfregam
as mãos de contentes!
Por isso, meu
irmão, meu amigo,
Companheiros de outros
Natais,
É que eu penso que
o “deus dinheiro”,
É capaz de
perverter o coração dos mortais,
E acabar com o espírito
do Natal!
Dezembro/ 2012
(A publicar no meu próximo livro de Poesia)
(A publicar no meu próximo livro de Poesia)
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