O Dia de
Reis.
Com que saudade
recordo,
O dia seis de
Janeiro.
Quando ainda se
sentia o cheiro
Das rabanadas
do Natal,
Em casa dos
meus avós maternos.
E eu adormecia
na lareira,
Que crepitava sons
eternos!
Enquanto a avó Merência,
Com a sua sábia
sapiência,
Narrava a
odisseia dos Reis Magos,
A caminho de
Belém,
Para adorarem o
Deus Menino,
E a Virgem
Maria, Sua mãe,
E depois, todos
cantavam:
“Já os três Reis são chegados,
Às portas do Oriente.
Visitar o Deus Menino,
Alto Deus omnipotente.
Foram a casa de Herodes,
Por ser o maior reinado,
Que lhes ensinasse o caminho,
Aonde Deus era adorado
Herodes como malvado
E perverso assassino,
Aos três Reis ensinou,
Às avessas o caminho.
Mas os três Reis eram santos,
E uma estrela os guiou.
E para trás de uma cabana,
A estrela se abaixou.
A cabana era pequena,
Não cabiam todos três.
E adoraram o Deus Menino,
Cada um por sua vez.”
Mas depois,
A seguir à
puberdade,
Outros dias de Reis
vieram,
Cheios de amor
e meiguice,
Com o luar
vermelho da cidade,
Longe do
encanto da meninice…
Na companhia de
amigas,
Despidas de
preconceitos reais.
Onde não havia
monarcas,
Nem trono, nem
coroa,
Nem outras
realezas que tais.
Mas sim amor a
desabrochar,
Como rosa
encarnada que floriu,
Num Janeiro
diferente dos demais…
João de Deus Rodrigues
In Livro " O Acordar das Emoções" - Tartaruga Editora
João de Deus Rodrigues
In Livro " O Acordar das Emoções" - Tartaruga Editora
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