Ainda afloram ao meu
pensamento,
Os sorrisos e as lágrimas
da infância.
Quando conversava
sozinho,
Com o espírito dos
montes e das águas,
Na solidão dos
caminhos,
Confidentes das
minhas mágoas,
E ouvia o silêncio
das pedras a murmurar,
Com o linguajar
das águas,
Que brotavam do
ventre da terra-mãe,
Sem que eu o
soubesse decifrar.
Porque ainda não
compreendia,
Que o silêncio das
pedras e o linguajar das águas,
Que brotam do
ventre da terra-mãe,
São enigmas que só
o vale sabe decifrar,
E mais ninguém!
Mas era enorme o
meu êxtase,
Quando olhava para
as pedras altivas dos montes.
E via nelas uma
princesa enamorada, nua,
A pentear os
cabelos de oiro em frente da Lua.
E que me protegia
do medo da solidão,
Quando lhe
acenava, como a dizer adeus,
Pensando que ela sabia
os pensamentos meus…
Que em turbilhão
levitavam no ar,
Desde que sonhei com
as sombras azuis do mar.
Livro "Memórias e Divagações" - Poética Edições
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