Eram duas as crianças,
Como foram os filhos meus.
Bateram à minha porta,
Pediram o pão por Deus.
Traziam consigo outro pão,
Ao contrário de outros tantos.
E alimentavam uma chama,
No dia de Todos os Santos.
Numa época de descrença,
Neste mundo de aflitos,
É dos gestos das crianças,
Que brotam feitos bonitos.
Porque é sempre nas crianças,
Como foram os filhos meus,
Que habitam as esperanças,
Que haja sempre o pão de Deus.
In Livro "Passagens e Afectos" - Tartaruga Editora
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