O abandono
(A porta)
Começaste árvore, sombra, companhia.
Criaste frutos, ofereceste
alimento.
Depois, morta, serrada e oprimida,
O artífice fez-te instrumento.
Polida, tiveste outra cor.
Testemunhaste sorrisos e dor,
Ouviste segredos de amor,
Serviste de guarida e prisão,
E agora, velha e apodrecida,
Jazeres, tombada no chão!
(uma porta na minha aldeia)
João de Deus Rodrigues
In Livro " O Clamor dos Campos" - Colibri Edições.
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