Como me recordo, ainda,
De ir ver a neve a dançar.
Quando, sentado à lareira,
A crepitar,
A minha mãe me dizia:
Olha, meu filho, vai à
janela
Se queres ver os cueirinhos
Do menino Jesus,
Rotos e branquinhos,
Que a sua mãe esta a
sacudir,
Das janelas do céu.
E eu, inocente,
Ia ver a neve cair,
E ficava contente.
E como era branquinha,
E não cheirava, comia-a,
E acreditava.
(poema alterado)
In Livro “Passagens e
Afectos” – Tartaruga Editora.
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