As flores do campo eram o teu encanto, o teu
jardim.
Delas me falavas, com ternura, assim:
- A flor da raposa é uma túlipa dos montes,
De cor púrpura e cheiro doce, de rara beleza,
Que nasce no sítio das Fontes.
- A flor da esteva tem as cinco
chagas de Cristo,
Para lembrar ao homem isto:
Jesus foi crucificado,
Para remissão do teu pecado.
- As papoilas
encarnadas ondulam ao sol primaveril,
E enchem de alegria os campos em Abril.
- As campainhas amarelas, aos lameiros
de sequeiro,
Trá-las o sol de Fevereiro.
- As violetas, da margem do
ribeiro,
São lindas pela cor e pelo cheiro.
- A giesta piorneira
Matiza os
campos, mas não cheira.
- O alecrim,
É o mais lindo
para mim!
- O
fiolho, é um amor,
Que cheira bem, mesmo sem flor.
- O tomilho é primo da arçã,
E tanto cheira à noitinha,
Como cheira pela manhã.
Eram estas as flores do teu encanto.
E em tua memória, eu gosto tanto!
In: "O Clamor dos Campos" - Edições Colibri
Sem comentários:
Enviar um comentário