Confesso, Senhor, o meu receio,
Que sinto em certos momentos,
E me angustia e mete medo,
Aos sentidos e pensamentos.
O homem quererá ser louco,
Perder o amor que tem?
O que imagina não é pouco,
Ao meter-se na Obra do Além!
Construir um “homenzinho”
Num laboratório qualquer,
Sem sentimentos nem medo,
Fóra do ventre da mulher?
Ao capricho do seu querer,
Qualquer cor sem coração?
Sem ser homem ou mulher,
Que nunca dirá que não?
Sem ser Teu semelhante,
Não terá alma, nem sentimentos,
Nem medo, nem carinho ou amor,
Nem seja lá o que for!
São disto os meus receios,
Que em silêncio vejo passar.
E a minha ignorância pergunta:
Que quer o homem provar?
Que salva a humanidade?
E não a irá aniquilar?
Mas na minha fé espero
Que Tu não irás deixar.
Lisboa/Maio de 1989
Lisboa/Maio de 1989
In Livro "O Clamor dos Campos" - Edições Colibri
Um poema que é uma prece pela humanidade...
ResponderEliminarUma boa semana.
Beijos.