Levantou-se cedo o Anjo,
No monte encontra o pastor:
- Deus te guarde, homem de Deus!
- Venha na paz do Senhor!
Que o trás aqui, amigo,
Sem trazer cães nem cajado,
Tão cedo a falar comigo,
E nem ao longe vejo gado?
- Descia só a serrania,
Quando ao longe ouvi balidos…
- Ó homem de Deus,
Vir para estas paragens,
Onde são poucos os seres vivos...
Para além das minhas ovelhas,
E dos cães que aqui estão,
Só os lobos aparecem,
Para nossa consumição…
- Mas os lobos também são pais,
Com filhos para criar…
- Pois são, mas deviam comer erva,
Para não nos importunar…
- Mas com menos erva nos montes,
O que comia o teu gado?...
- Pois é, em tal não tinha pensado…
- Então, seja o Senhor louvado…
- E feita a Sua vontade...
Até sempre meu amigo,
No Céu tens lugar guardado.
Junto de todos os teus,
Que sempre guardaram gado.
Livro:“ O clamor dos campos” - Edições
Colibri
Sem comentários:
Enviar um comentário