As mãos são companheiras,
Do pensamento e do
coração.
E dialogam connosco,
inteiras,
Quando fazemos uma
carícia,
Ou exprimimos dor ou
paixão.
Ou quando conversamos com
amigos,
E lhes queremos indicar o
infinito.
Ou pegamos nos nossos filhos,
Para lhes darmos na face
um beijo,
Esse gesto de amor tão
bonito.
Por isso, as nossas mãos
São uma dádiva divina,
Que nos auxiliam a todo o
momento,
A exprimir o nosso
pensamento,
E a equilibrar a tremenda
rotina,
Do nosso comportamento.
Como aconteceu hoje
comigo,
Quando, em frente do
massificador
Do homem, o computador,
Dei comigo a falar com as
minhas mãos,
Como se fôssemos três irmãos.
Quando olhei para elas,
Que já não são donzelas,
E lhes disse: hoje vamos conversar,
Sobre o passado da nossa
vida,
De tantos anos em comum.
Porque vós, queridas
mãos,
Ainda me obedeceis,
Na circunstância da
idade.
Como quando éramos
jovens,
E tivemos tanta
cumplicidade…
E vencemos obstáculos,
com perigo;
Acariciámos a face da nossa
mãe;
Enfrentámos sem temor o
inimigo;
Escrevemos algumas
cartas de amor;
Limpámos o rabinho aos
filhos;
Acariciámos no jardim
muita flor;
E nada nos seduziu, que
fosse doutrem!
E logo ao levantar, pela
manhã,
Uma lava a outra, com
gosto,
E ambas lavais o meu
rosto.
E assim passamos uma vida
sã,
Todos os dias, pois
então,
Queridas mãos, do meu
coração.
Poema do meu próximo livro de poesia.
João de Deus Rodrigues- Agosto de 2018
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