domingo, 5 de agosto de 2018

As mãos…

 
As mãos são companheiras,
Do pensamento e do coração.
E dialogam connosco, inteiras,
Quando fazemos uma carícia,
Ou exprimimos dor ou paixão.

Ou quando conversamos com amigos,
E lhes queremos indicar o infinito.
Ou pegamos nos nossos filhos,
Para lhes darmos na face um beijo,
Esse gesto de amor tão bonito.

Por isso, as nossas mãos
São uma dádiva divina,
Que nos auxiliam a todo o momento,
A exprimir o nosso pensamento,
E a equilibrar a tremenda rotina,
Do nosso comportamento.
 
Como aconteceu hoje comigo,
Quando, em frente do massificador
Do homem, o computador,
Dei comigo a falar com as minhas mãos,
Como se fôssemos três irmãos.

Quando olhei para elas,
Que já não são donzelas,
E lhes disse: hoje vamos conversar,
Sobre o passado da nossa vida,
De tantos anos em comum.

Porque vós, queridas mãos,
Ainda me obedeceis,
Na circunstância da idade.
Como quando éramos jovens,
E tivemos tanta cumplicidade…

E vencemos obstáculos, com perigo;
Acariciámos a face da nossa mãe;
Enfrentámos sem temor o inimigo;
Escrevemos algumas cartas de amor;
Limpámos o rabinho aos filhos;
Acariciámos no jardim muita flor;
E nada nos seduziu, que fosse doutrem!

E logo ao levantar, pela manhã,
Uma lava a outra, com gosto,
E ambas lavais o meu rosto.
E assim passamos uma vida sã,
Todos os dias, pois então,
Queridas mãos, do meu coração.

  Poema do meu próximo livro de poesia.



        João de Deus Rodrigues- Agosto de 2018

                



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