quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

O Natal da Minha Infância

Ah!, como era bela e natural,
A noite de Natal
Da minha infância.

Mesmo sem acalentar a esperança
Que o Menino Jesus fosse à chaminé
Para deixar brinquedos no meu sapatinho.
Porque, não havia chaminé,
Nem brinquedos,
Nem, muitas vezes,
Sapatinhos para pôr no pé.

Mas era o meu Natal de Amor,
E imaginário também.
Festejado junto de estábulos,
Como os de Belém,
Onde não faltavam animais,
Mansinhos e leais,
Nem pastores e Reis Magos,
Nas canções da minha mãe,
Que me cantava com afago,
Junto da lareira,
Onde o fogo crepitava,
E eu me sentia bem:

“Olá, meu Menino/Como Tendes passado/
Só para Vos ver/Deixei o meu gado...”

Na presença da luz difusa de uma candeia,
E a escutar a cadência dos bailados
Dos farrapos de neve
Que caíam silenciosos, nos telhados,
Como se fossem, tal qual,
Anjos vestidos de branco, como em Belém,
Embalados pelas canções de Natal,
Da minha mãe.

(Publicado no livro "O Acordar Das Emoções")


(O nosso presépio de 2013)