domingo, 7 de maio de 2017

A Primeira Água que Bebi


A primeira água que me deste a beber,
Minha mãe, foi na concha da tua mão,
Tinha eu acabado de nascer.

E parece que te estou a ver,
A segurares-me, maternalmente,
Nas palmas das tuas mãos de luz,
Quando emergi do primeiro banho,
No teu quarto caiado de branco,
No dia que me destes à luz.

E foi nesse banho,
Minha mãe, que tu, então,
Levaste na concha da tua mão
Finas gotas de água cristalina
Aos meus lábios, e disseste:
- Bebe, meu filho, a água que temperaste,
Para que ninguém te moleste.

E eu bebi uma gota dessa água sem sal,
E aconchegaste-me na toalha de linho,
Estendida no teu regaço maternal,
E depois enxugaste o meu corpinho,
Frágil e fino,
para me elevares ao teu peito anafado,
Para mamar o teu leite abençoado.

(Eu sei que foi assim, minha Mãe,
Porque está no meu coração gravado)

Mas depois eu cresci e parti,
Minha Mãe,
Mas o meu coração cresceu também,
Para tu caberes nele, sempre igual,
A esse dia primordial,
Em que me destes a beber essa água, 
Na concha da tua mão.
E deixei-te ficar sozinha,
Por não te poder levar comigo, minha mãe.

E, por isso, é grande a minha mágoa.
E continua triste o meu coração!

      Livro "O acordar das emoções" - Tartaruga Editora

sábado, 6 de maio de 2017

Os Meus Arco-Íris




Gosto dos arco-íris, 
Porque foi minha mãe que me disse,
Que era por eles que Nossa Senhora
Descia do Céu à Terra.

Mas quando um dia vi dois arco-íris,
Lado a lado,
E lhe perguntei se havia
Duas Nossas Senhoras para vir,
Ela olhou para mim, a sorrir,
E disse-me:
- Olha, meu filho,
Um é para Nossa Senhora descer,
Outro é para Nossa Senhora subir.


In Livro “ Memórias e Divagações” – Poética Editora


  DEDICO ESTE MEU POEMA A TOADAS AS MÃES QUE HÁ NO MUNDO

                       João de Deus Rodrigues

Tenho saudade de ti, minha mãe!




Mãe,
Hoje penso tanto em ti,
E vejo-te uma grande Mulher,
Com coração enorme de Mãe!
E, então, pergunto-me:
Será da eterna saudade,
Ou por que não te mereci?

Não sei, Mãe,
O porquê desta ansiedade,
Que me faz sentir menino,
Ao teu peito abraçado,
Bem seguro e muito amado.

Por isso, Mãe,
Hoje penso em ti,
Constantemente, sem parar.
E dos teus beijos, que recebi,
Que me apetece chorar. 

       In: Livro "O acordar das emoções" - Tartaruga Editora 


DEDICO ESTE MEU POEMA A TODAS AS MÃES DO MUNDO!