A noite de Natal
Da minha infância.
Mesmo sem acalentar a esperança
Que o Menino Jesus fosse à chaminé
Para deixar
brinquedos no meu sapatinho.
Porque, não havia chaminé,
Nem brinquedos,
Nem, muitas vezes,
Sapatinhos para pôr no pé.
Mas era o meu Natal de Amor,
E imaginário também.
Festejado junto de estábulos,
Como os de Belém,
Onde não faltavam animais,
Mansinhos e leais,
Nem
pastores e Reis Magos,
Nas canções da minha mãe,
Que me cantava com afago,
Junto da
lareira,
Onde o fogo
crepitava,
E eu me sentia bem:
“Olá, meu Menino/Como
Tendes passado/
Só para Vos ver/Deixei
o meu gado...”
Na presença da luz difusa de uma candeia,
E a escutar a cadência dos bailados
Dos farrapos de neve
Que caíam silenciosos, nos telhados,
Como se fossem, tal qual,
Anjos vestidos de branco, como em Belém,
Embalados pelas canções de Natal,
Da minha
mãe.
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