terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Apelo (a um cientista nuclear)



Homem do saber,
Lembra-te que hoje ainda não é tarde,
Mas amanhã já pode ser.

E cada vez mais finito.
Por isso, pára e observa a natureza,
E verás como o azul do céu é bonito!

Então, deixa o átomo em paz, e vê:
Homens, mulheres e crianças a sofrer.
Grávidas com o seu ser doente,
Flores e plantas a morrer. 

Até o ar,
Que não e teu,
Vais ferir de morte.
E os rios e as florestas terão igual sorte!

Tudo ficará cativo, sem nada poder fazer,
Se não fizeres bem o teu dever:
Deixar o Mundo viver em Paz,
E dares outro destino ao teu saber.

E só assim,
Em nome dos vindouros,
Todos te poderemos agradecer!

           Abril de 1985
        (dos jornais: experiência nuclear feita em segredo)

       In Livro: "O Clamor dos Campos" - Edições Colibri.

1 comentário:

  1. Oxalá os cientistas nucleares leiam o seu poema...
    Gostei muito.
    Uma boa semana.
    Beijos.

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