sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Aproxima-se o Natal, e nas lojas, principalmente nas mais chiques, da capital, a azafama de gente a comprar prendas e brinquedos para as crianças já se faz notar. É assim todos os anos, é verdade, mas agora, que nos julgamos todos ricos, parece-me ser maior. E ainda bem que é assim, se não for "sol de pouca dura". Mas hoje, quando andava às voltas com a minha papelada, descobri este poema sobre o Natal da minha infância, que aqui lhes deixo.
 
Eis o Poema:
Oh!, quem me dera, Senhor,
Ter outra vez o Natal da minha mãe.
Quando ela me falava com amor,
Dos mistérios e encantos que ele tem.

Oh!, quem me dera, Senhor,
Ter outra vez o Natal que a memória tem.
Quando em família cantávamos com fervor,
Canções ao Deus Menino e a Maria, Sua mãe.

Oh!, quem me dera, Senhor,
Que o Natal fosse outra vez assim,
Como quando eu era menino!
E junto da lareira, lembro-me bem,
Aconchegados que era um regalo,
Cantávamos canções de Natal.

E à meia-noite íamos à missa do Galo,
E beijávamos o Deus Menino,
Como se Ele fosse tão verdadeiro,
Como era aquele que os anjos
Anunciaram aos pastorinhos de Belém,
Como me contava a minha mãe!
 
Oh!, que bom seria, meu Deus,
Se neste Natal que se aproxima,
Não houvesse irmãos meus,
A dormirem no cais, junto ao rio,
Abandonados e sozinhos,
Com fome, com sede e com frio!
 
E mais além,
Não se visse tanta criança,
A chamar pelo pai e pela mãe,
E não lhes aparecer ninguém,
Para lhes dar um beijo paternal,
Nessa noite mística de Natal,
Símbolo do nascimento de Jesus em Belém.
 
In Livro “O acordar das emoções” – Tartaruga Editora.

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