Para quem seriam as flores,
Que o viandante, descalço,
Levava naquele abraço?
Eram flores campestres,
Criadas na berma da estrada,
Que assim acarinhadas, junto ao peito,
Só podiam ser para uma amada!
Caminhava o viandante,
Sobriamente,
Agarrado ao seu ramo,
Confidente,
No tempo sem horas.
Levando com ele
Todo o seu mundo:
Flores campestres,
Uma mochila,
Cabelos soltos ao vento,
E no pensamento, talvez,
A presença do seu amor.
Quem sabe se platónico,
Se não correspondido,
Ou se para sempre perdido!
Mas levava-lhe flores,
O viandante dos amores.
E não se deteve,
Quando passou por mim.
Apenas sorriu, indiferente,
Abraçado àquelas flores,
Vencendo a estrada,
A caminho da sua amada.
Porque, naquele momento,
É o Amor que o coração e a alma reclamam.
E por isso são felizes,
Todos aqueles que amam.
Publicado no Livro: " Passagens e Afectos" - Tartaruga - Editora
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