quinta-feira, 8 de novembro de 2018

O Cair da neve



Como me recordo, ainda,
De ir ver a neve a dançar.
Quando, sentado à lareira,
A crepitar,
A minha mãe me dizia:

Olha, meu filho, vai à janela
Se queres ver os cueirinhos
Do menino Jesus,
Rotos e branquinhos,
Que a sua mãe esta a sacudir,
Das janelas do céu.

E eu, inocente,
Ia ver a neve cair,
E ficava contente.
E como era branquinha,
E não cheirava, comia-a,
E acreditava.

            (poema alterado)

In Livro “Passagens e Afectos” – Tartaruga Editora.



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