domingo, 14 de abril de 2019

A visita Pascal na aldeia de Morais


  


Os sinos tocam todo o santo dia,
Dlim, dlão…, dlim, dlão...
E as pessoas em romaria,
Com o seu fato domingueiro,
Ao lado do padre e do sacristão,
Subindo e descendo escadas,
Parecem um formigueiro...

E os sinos continuam a tocar,
Dlim, dlão…, dlim,  dlão...
E os habitantes pelas ruas,
Em constantes correrias,
Subindo e descendo escadas,
Para irem beijar o Senhor,
Louvando a Ressurreição.

Enquanto repicam os sinos:
Dlim, dlão…,  dlim, dlão...
E as portas estão abertas,
Para quem quiser entrar,
Para saudar o visitado:
Boas festas da Ressurreição,
Aqui lhe viemos dar.

E lestos os acólitos,
Guardam todas as ofertas,
Colocadas sobre as mesas,
Que os paroquianos dão
Em todas as casas abertas,
Para o senhor padre João.   

E em frente das casas,
A garotada não pára de gritar:
Folar…, folar…, folar,
Queremos o folar.
E só param a gritaria,
Quando os rebuçados vêm no ar,
Para eles os apanhar

E no fim do dia, uns lúcidos,
Outros com um copito a mais,
Os sinos deixam de tocar.
E o padre e os paroquianos,
Regressam ao doce lar.
E assim finda a Visita Pascal,
Na minha aldeia de Morais.
            João de Deus Rodrigues

In Livro:"O Clamor dos Campos" - Colibri- Edições

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