Disseram-me, que
hoje
Ia ser o Dia de Portugal.
Levantei-me
cedo, abri a janela,
E olhei em
frente, para o pálido telhado,
E vi que o
sol estava ausente,
E o dia
triste e embaciado.
Então
interroguei-me, ao ver o dia triste,
Como estava
eu, tal qual:
Mas será que
hoje é o dia do Portugal,
Que piedosos
santos e bravos marinheiros
Construíram,
com lágrimas de saudade e sal,
Quando
partiram em frágeis barcos pioneiros,
Para abrirem
caminhos no deserto mar,
Por esse
mundo além, a marear?
Sim. Será
este o dia do Portugal
Da porta
escancarada e aberta,
Daquela
madrugada triunfal,
Que nos
cantou a poeta?
Do Portugal
que nossos avós ousaram construir, dia a dia,
Com trabalho
e equidade, em paz e liberdade,
Com a sua
sábia sabedoria?
Ou será um
Portugal outro,
Neste mundo avaro
e louco,
Onde se
mandam emigrar,
Os melhores
de todos nós,
Como no tempo
dos nossos avós?
Um Portugal
maneirinho,
Desde o
Algarve até ao Minho...
Um Portugal sem
esperança e ambição,
De ombrear
com qualquer outra nação,
Que tenha
orgulho no seu povo secular?
Depois de
tanta interrogação,
Triste e o
coração dorido,
Abri
novamente a minha janela.
E o que vi,
através dela,
Foi
andorinhas migrantes,
Vestidas de
branco e luto,
A voarem
rente ao chão,
Escorregadio
e enxuto!
Enquanto lá
longe, olhando para outro lado,
Alguém de
peito medalhado,
Carregando
mérito e valor,
Talvez não saiba,
não,
Que há
andorinhas vestidas de branco e luto,
Que rasam o
chão da minha rua, escorregadio e enxuto,
Preparando a
dolorosa emigração!
Ou quem sabe,
se por sinal,
Há quem não
conheça as andorinhas da minha rua.
Há quem não
conheça Portugal!
10 de Junho de 2013
Sem comentários:
Enviar um comentário