sábado, 30 de maio de 2015

O Lago dos Girinos



 

Abeirava-me do lago,
Pé-ante-pé, com mil cuidados,
Para ver os girinos pousados na minha face.
E eles, com os olhos arregalados,
Abanavam a cauda e olhavam para mim,
E eu olhava para eles, sem disfarce,
Todas as manhãs.
E como o tempo era nosso,
Esperávamos que ele passasse,
Para sermos grandes.
Eu, do tamanho dos homens,
Eles, do tamanho das rãs…

Enquanto na outra margem do lago,
A mãe dos girinos coaxava,
Em cima de um nenúfar branco, 
Virada para o sol nascente.
Que também ele a escutava,
Brilhando, sorridente...

E eu ia cheirar as violetas,
Companheiras do lago,
Feliz e contente.
À espera de ser grande.
À espera de ser gente!  


       Do Livro: "Memórias e Divagações" - Poética/Edições

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