São as mãos que
fazem a guerra.
E é com elas
que se constrói a paz.
É com as mãos
que o homem é capaz
De cavar a
sepultura e a terra,
E de acariciar
crianças ternas,
Que mimam com
as suas mãos,
Os seios e as
mãos maternas.
E são mãos que
amparam crianças,
No aconchego do
regaço terno.
Embaladas pelas
mãos das suas mães,
Quando lhe dão
o leite materno.
E são mãos
vorazes,
Que provocam
dor e sofrimento.
Quando se
tornam tenazes,
Incandescentes,
De mãos
suplicantes,
Cruzadas no
peito dos inocentes.
E é com as mãos
que se escreve a poesia,
Que o coração
dita, e a alma consente.
E é com as mãos
que se segura o leme
De barcos, que
outras mãos construíram
Para sulcarem
os céus e os mares.
E são mãos
piedosas,
As que, nas
convulsões da morte,
Amparam
velhinhos
De mãos
trémulas e rugosas.
E é com as mãos
que se cavam canteiros
De cravos e
rosas.
Que outras mãos
vão colher,
Para entregar
em mãos maravilhosas,
Que seguram
outras mãos, acabadas de nascer.
É com as mãos
que o homem é capaz
De tudo fazer e
desfazer.
Por impulsos de
amor e raiva,
Desde o nascer
ao morrer.
(Publicado no livro "O Acordar das Emoções" - Tartaruga)