Mãe, hoje
vi uma mãe preta
Com um
filho ao colo,
A quem
dava a teta,
Com
gestos como tu fazias.
E vi,
claramente, que o leite que lhe dava
Era branco
como o que, em criança, eu mamava.
Depois
de mamar, com as mãos o ergueu.
E ele
sorriu e arrotou, como fazia eu.
Em
seguida, esfregou os olhos com as mãozinhas,
E
rolou-lhe na face uma gota de água cristalina,
Da cor
das lágrimas minhas.
A mãe
aconchegou-o, cuidadosamente, como tu me fazias, e sereno, como um anjo,
adormeceu,
Como no
teu colo adormecia eu.
Ó Mãe,
Como
foi lindo o amor que vi,
Nesta outra
mãe,
Que me
fez lembrar de ti.
(Publicado no livro"O Clamor dos Campos" - Edições Colibri)